O Assassinato de “Nikki” Whitehead
Em 2010, gêmeas de 16 anos encontram sua mãe morta na banheira depois de chegarem em casa da escola, em Atlânta, sul dos Estados Unidos. O que se segue é uma investigação com uma virada surpreendente!
Assassinato
Jarmecca Yvonne “Nikki” Whitehead tinha 34 anos e morava em Atlanta com suas duas filhas gêmeas, de 16 anos, alunas nota dez, comportadas. Nikki trabalha como cabeleireira e frequenta uma faculdade de moda a noite, após uma juventude difícil, tendo dado luz as suas filhas com apenas 18 anos. Atualmente as coisas estavam consideravelmente melhores e a Nikki estava tentando proporcionar uma vida melhor para suas filhas. Outros a descrevem como uma mãe amorosa e mente aberta.
Em 13 de janeiro de 2010, as filhas de Nikki (Jasmiyah e Tasmiyah) chegam em casa depois de um dia de escola. A casa estava uma enorme bagunça, tudo absolutamente revirado e no banheiro encontraram sua mãe, morta. As gêmeas correram para a rua, onde um carro da polícia calhava de estar passando naquele momento. Elas se jogam na frente do carro, completamente em pânico, gritando por ajuda.
As meninas estavam em choque e a polícia tentou acalmá-las. Uma das meninas estava mordendo o braço sem parar, em transe, dizendo à polícia que é algo que ela sempre faz quando está muito nervosa.
A polícia começou a investigar a cena, onde estava claro que uma grande briga aconteceu e acabou mal. A casa inteira foi virada de cabeça para baixo. Móveis derrubados, vasos quebrados, muito sangue. Nikki foi esfaqueada pelo menos 80 vezes. Esse grande número de esfaqueamentos muitas vezes indica um ataque passional, pessoal, quase sempre vindo de alguém que está emocionalmente envolvido e próximo da vítima.
À medida que a investigação prosseguia, a polícia começava a investigar várias pessoas:
1. Namorado de Nikki. Ele era um motorista de caminhão e ficou ausente por longos períodos de tempo. A casa em que Nikki e suas filhas viviam era dele. Havia uma diferença de idade de 20 anos entre ele e Nikki. Nikki também teve um relacionamento com outro homem, o que significava um triângulo amoroso, podendo ter como motivo do ataque mortal o ciúme. Mas esse namorado era dono da casa em que ela morava com as filhas. A polícia analisa o motivo do ciúme em relação a esse namorado “principal”. No entanto, o namorado afirma claramente que, quando está fora, fica sabendo que Nikki pode estar envolvida com outros homens, e isso é um acordo entre os dois. A polícia verificou seu álibi e foi confirmado que ele estava fora a trabalho no momento do assassinato.
2. O segundo namorado. As meninas falaram que ouviram a mãe discutindo ao telefone com o outro namorado na noite anterior ao assassinato. Além disso, a polícia descobriu que ele tinha um carro preto registrado em seu nome. No dia do assassinato, havia um carro preto na rua de Nikki que ninguém na vizinhança conhecia. A polícia, então, visita este segundo namorado em seu trabalho, que fica chocado ao ouvir a notícia sobre Nikki, mas é levado para a delegacia. Ele descreve o relacionamento dele e de Nikki como tribulento. As brigas sempre eram sobre o relacionamento e o uso de álcool excessivo de Nikki. Além do mais, ele afirma que no dia do assassinato havia trabalhado o dia todo. A polícia fez com que ele fizesse um polígrafo, no qual ele passou. Seus colegas de trabalho também confirmaram seu álibi.
3. O carro vermelho na garagem. Uma testemunha afirmou que viu um carro vermelho na garagem de Nikki na tarde do assassinato, que acabou sendo de uma cliente de Nikki que atendia em sua casa. A cliente dona do carro vemerlho bateu na porta várias vezes naquele dia, mas como ninguém respondeu ela saiu.
4. A bisavó das crianças. A polícia descobriu, ao entrevistar a bisavó, vó de Nikki, que na maior parte de sua vida as gêmeas foram criadas pela bisavó. Sua própria mãe não era capaz de cuidar bem delas; mas apenas alguns meses antes do assassinato um juiz havia decidido que a situação havia mudado e que as meninas poderiam ir morar com sua mãe. Esse pode ter sido um motivo para a bisavó. Ela amava as meninas, provavelmente sentia falta delas, e não cuidar mais delas também significava que ela não receberia a ajuda financeira que recebeia quando as meninas moravam dabaixo de seu teto. No entanto, a polícia logo a descartou como suspeita, pois ela não seria capaz de se envolver em uma briga como aconteceu em casa, pois já era muito idosa e fraca. Além disso, seu álibi também foi confirmado.
Olhar para a bisavó também exigiu que a polícia investigasse mais a fundo a história da família e os relacionamentos. Isso revelou um detalhe interessante…
Dois anos antes, um policial foi chamado na casa de Nikki. Quando lá chegou, Nikki veio correndo até em sua direção, totalmente em pânico. Em sua histeria, ela conseguiu dizer à polícia que suas filhas pularam sobre ela como se quisessem machucá-la / agredi-la.
Isso levantou algumas bandeiras vermelhas com a polícia que começou a olhar para as meninas novamente. No depoimento original, as meninas disseram que se levantaram no dia do assassinato, se aprontaram para a escola e foram embora. Eles não falaram com a mãe. Também afirmaram que perderam o ônibus e foram a pé para a escola. Quando chegaram, faltaram apenas 15 minutos de aula, de acordo com a história de ambas. Os policiais percorreram o trajeto entre a casa e a escola, o que confirmou o tempo que levou para percorrer essa distância. No entanto, as imagens de câmeras de segurança mostraram que as meninas apareceram na escola 2,5 horas depois do que declararam originalmente. Outra bandeira vermelha para a polícia.
Por causa dessas inconsistências, a polícia decidiu entrevistar as meninas novamente, dessa vez de forma mais dura. À medida que foram questionadas separadamente, suas histórias começaram a divergir. Tornou-se cada vez mais evidente o que acontecera.
A polícia também recuperou um diário onde as meninas escreveram sentenças umas para as outras como uma conversa (provavelmente para garantir que sua mãe não ouvisse). O diário mostrou muito claramente o que as dois queriam: queriam que sua mãe deixasse de viver e assim poderiam voltar para sua antiga vida com a bisavó. A mãe delas, Nikki, tinha regras rígidas em casa, enquanto na casa da bisavó as gêmeas podiam fazer o que quisessem.
A última chave do mistério foi a marca de mordida no braço de uma das garotas. A polícia presumiu que era devido ao tique da mordida no braço quando estava nervosa, mas acabou sendo inventado. A marca da mordida combinava com as marcas dos dentes de Nikki.
Eventualmente, as gêmeas confessaram. Elas receberam uma oferta de confissão em que foram condenadas a 30 anos de prisão por se declararem culpadas de homicídio culposo.
Outros detalhes;
A polícia não olhou para o pai biológico das menina pois ele se mudou para o Canadá e não esteve na vida das meninas logo após o nascimento.
O carro preto era alguém visitando uma casa diferente na rua ao mesmo tempo.